Ora, toda e qualquer medida que possa suster a escalada dos encargos das famílias é positiva. Contudo, já as medidas anteriores foram manifestamente desenquadradas da necessidade dos portugueses, quer por questões de enquadramento dos apoios, devido a procedimentos altamente burocráticos e morosos, ou até mesmo por falta de informação dos profissionais da banca que fazem a gestão destes temas, o que fez com que as famílias não conseguissem ter acesso a estas medidas, ou seja, uma mão cheia de nada.
Com as novas medidas anunciadas – e algum descrédito da minha parte, confesso –, tenho a clara certeza de que estamos a empurrar o problema com a barriga. Não se está a dar uma resposta estrutural!
Sou da opinião que o crédito de acesso à habitação própria permanente é um direito fundamental e devem existir“travões”,algo semelhante ao que está a acontecer com alei dos arrendamentos. Medidas que acautelem impactos negativos e nefastos no orçamento das famílias. Temo que estas medidas anunciadas não consigam acautelar a realidade da maior parte dos portugueses.
Temo que não exista uma medida única generalista que ajude as famílias no que ao crédito habitação diz respeito! É preciso saber diagnosticar o problema, ponderar a renegociação, analisar a hipótese da transferência para taxa mista e/ou até a retirada dos seguros obrigatórios no banco. Estas podem ser medidas que ajudam a reduzir ou a atenuar o impacto da subida das taxas de juro.