12 JUNHO 2024

Com o mercado pressionado pelo turismo e pela imigração, a escassez de habitação é um problema urgente em Portugal, levando a fileira do imobiliário e da construção a empenhar-se na colocação de mais casas no mercado.

O quadro seguinte, produzido pelo INE, dá conta de um dos problemas subjacentes. Os números de edifícios e de fogos para habitação familiar concluídos baixou incessantemente entre 2003 e 2016, com um comportamento hesitante desde então e claramente aquém dos valores anteriormente atingidos.

À crise do “subprime”, a partir da 2007 e 2008, sucederam-se a intervenção da “troika”, a pandemia, a inflação e o consequente aumento das taxas de juro.

De acordo com os resultados do Censos 2021, havia mais de 700.000 alojamentos vagos e 15% desses careciam e grandes reparações.

Já no 1º trimestre de 2024 deram entrada nas autarquias de Portugal Continental pedidos de licenciamento para um total de 5.200 novos projetos de habitação, os quais somam uma oferta projectada de 14.850 fogos. Este registo reflecte um aumento de 15% em número de fogos face a 2023, ano em que foram submetidos a licenciamento uma média de 12.950 habitações por trimestre. A actividade de promoção residencial dá continuidade à tendência de aceleração verificada em 2022 e 2023, anos que registaram aumentos anuais de 17% e 18%, respectivamente, no número de fogos em pipeline.

O mercado existe e dá sinais de alguma recuperação. Há um acréscimo das intenções de investimento em nova promoção residencial. Contudo, o ritmo de licenciamentos está bastante longe de acompanhar a dinâmica que surge. Agora que as taxas de juro dão sinais de descida, outros problemas se colocam: a recente alteração do quadro legal do urbanismo, as restrições de mão de obra no sector da construção, as práticas da banca na análise e financiamento dos projectos imobiliários.

Neste último particular, a Matfin pode constituir-se num parceiro de negócio importante, nomeadamente na busca das soluções de financiamento mais adequadas para cada situação.