08 ABRIL 2024

Em termos genéricos, entenda-se por Inflação o aumento generalizado dos preços de bens e serviços. Esta situação não é nada estranha para o comum dos portugueses que, nos últimos anos, essencialmente no ano de 2022, viu registar-se, ao longo desse período, uma subida sem precedentes, tendo decrescido no final desse mesmo ano e no ano de 2023.

Se a taxa de inflação em Portugal, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), diminuiu em fevereiro de 2,5% para 2,3% em termos homólogos, já que em janeiro a descida de 2023 tinha sido interrompida, tendo em conta a atualização dos preços da eletricidade e o fim da isenção do IVA zero, já em março de 2024 voltou a registar uma subida, conforme identificado no semanário Expresso do caderno de economia:

A inflação tem aspetos positivos como negativos, ou seja, para o Estado em muitos aspetos é positivo, pois é gerador de maior receita fiscal, para as famílias tem aspeto negativos, visto que é gerador de perda de poder de compra, pois o salário real não acompanha a subida dos preços de bens e serviços.

Mas para as empresas é positivo ou negativo?

Se no fecho de contas de 2022 verificamos empresas a registar subidas no seu Volume de Negócios (VN) de excelência, já em 2023 não vamos verificar isso em vários sectores de atividade, isso por uma simples razão: Inflação, ou seja, não venderam mais em quantidade, mas sim com base na subida de preços generalizada ao longo do ano em causa. Já em 2023, com o ajuste ocorrido em baixa, as empresas vão registar um VN inferior, mas aqui vem a questão essencial para todo o negócio, as compras, ou seja, se tinha muito stock que transitou de 2022 para 2023, ou comprou sempre bem e vendeu ainda melhor – o segredo de uma boa venda não está nas vendas, mas sim nas compras.

Surge agora o tema que alguns Bancos já começam a utilizar que se chama Valor Acrescentado Bruto (VAB), que significa o seguinte:

“Resulta da diferença entre o valor da produção e o valor dos consumos intermédios. VAB = (Vendas e serviços prestados + Subsídios à exploração + Variação nos inventários da produção + Trabalhos para a própria empresa) – (Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas + Fornecimentos e serviços externos + impostos indiretos).” – ou seja, estamos perante um indicador de natureza económica, que reflete o grau de valor gerado pela empresa ao longo do processo produtivo.

Esta leitura é obrigatória de fazer nos últimos 3 anos, como a Inflação fez aumentar o VN da empresa, e como a mesma foi capaz de gerar valor (VAB), só assim é possível tirar ilações e perceber se a gestão e as tomadas de decisão foram as mais ajustadas e corretas para o bom funcionamento e rentabilidade da empresa.

Um empresário tem de saber e ter a capacidade de corrigir estas situações ao longo do ano.

Mais uma vez digo, e vou sempre repetir neste espaço, na MATFIN, com base nas análises contabilistas das empresas ao longo do ano, reunimos com os clientes e tentamos aconselhar e corrigir tomadas de decisões tomadas anteriormente e que não estão em conformidade, de forma a poder alterar atempadamente as suas margens. Nunca é demais repetir isto, é nosso dever informar o empresário e aconselhar o que corrigir ao longo do ano, não esperamos pelo fim do ano para isso!